PMEs lideram investimentos em tecnologia: descubra as tendências para 2024

Inteligência artificial, sistemas preditivos e internet das coisas estão entre as tendências de tecnologia para 2024. Especialista destaca importância de o empreendedor estar sempre em busca de inovação e não ser apenas “reativo”

 

Investir em recursos tecnológicos é uma exclusividade das grandes empresas? Uma pesquisa da Cortex, plataforma de inteligência de dados voltada para vendas, mostra que não. Segundo os dados coletados, as pequenas e médias empresas (PMEs) representam 82% das organizações do Brasil que mais investem em tecnologia para fazer o negócio crescer.

 

Varejo e serviços são os segmentos que lideram a lista, ao passo que financeiro, indústria e logística vêm em seguida. O levantamento analisou mais de 1 milhão de empresas, buscando entender como elas adotam diferentes ferramentas em sua rotina. Incluem-se aí inteligência artificial (IA), e-commerce, nuvem, automação de marketing, blogs, entre outros.

 

Marcio Sanson é CEO da Uno ERP, empresa que fornece plataformas de gestão empresarial (ERP) para negócios. Lidando diariamente com implementação de soluções digitais, Sanson diz enxergar uma dificuldade por parte de muitos empreendedores na hora de escolher qual a melhor tecnologia.

 

“Está cada dia mais difícil para o empresário por trás de uma PME definir qual tecnologia apostar para se manter competitivo em um mundo ‘figital’, de forma inteligente e com melhor custo-benefício”, explica. O termo “figital” ao qual o especialista se refere é uma junção de “físico” e “digital”, sendo usado para descrever a convergência de ações e planejamento no ambiente online e offline. Por exemplo, o comportamento de um cliente que procura uma roupa em um aplicativo e vai até a loja física para experimentar antes de decidir comprá-la. 

 

Quais as principais tendências de tecnologias para as PMEs?

 

A recomendação de Sanson é que o empreendedor esteja sempre atento às tendências do mercado. Uma delas são os sistemas preditivos. “Essa tecnologia antecipa e avisa riscos iminentes. Ela pode avisar se a inadimplência está alta, se um cliente parou de comprar, se há algum inventário indevido ou casos de exclusão/alteração de dados”, explica. Trata-se de uma função semelhante ao painel de um carro, que informa quando a gasolina está acabando.

 

Portanto, Sanson cita também a internet das coisas (IoT), a conexão de objetos físicos com sistemas para transmissão de dados. “É uma conectividade entre dispositivos que permite monitoramento em tempo real, antecipando problemas e otimizando operações”. Um exemplo bastante comum é a gestão de estoque por código de barras, que substitui a caneta e o papel ou o Microsoft Excel como forma de registrar a chegada e a saída de produtos.

 

Embora qualquer sistema, para ser implementado, exige preparo por parte do empreendedor e da equipe responsável pela operação, alerta Sanson. No caso do atendimento omnichannel (feito por múltiplos canais), assim como é imprescindível que todos estejam alinhados e passem as mesmas informações ao cliente.

 

Deve-se evitar o risco de alguém receber uma orientação por chat e outra totalmente diferente por chamada telefônica. “Organização e inteligência para realmente atrair e encantar clientes são fundamentais para não complicar sua os processos, não se expor a riscos de segurança digitais ou até passar vergonha com comunicação divergente entre canais”.

 

A IA é uma forte tendência no dia a dia das PMEs, especialmente as prescritivas, que sugerem ações a serem tomadas. “Provavelmente, você já usou essa tecnologia e não percebeu. Os aplicativos de GPS são o melhor exemplo de prescrição. Contudo, o sistema é capaz de oferecer novas rotas ao identificar um congestionamento e o motorista ganha tempo”, exemplifica Sanson. Contudo segundo ele, existem IAs específicas para diferentes tipos de processos e negócios.

 

O profissional destaca ainda a importância de o empreendedor inovar constantemente e estar sempre atualizado sobre as tecnologias. “No mundo dos negócios, ser reativo já não é suficiente”, diz.

 

Leia a matéria em: Terra, Valor Econômico